Publicado nesta quarta-feira (24) o decreto que aumenta em 10% o valor da bandeirada de táxi em Presidente Prudente. Para a categoria, o aumento é positivo. Entretanto, os taxistas reclamam que a facilidade para compra de veículos e a atuação de rádiotáxis e mototáxis com valores abaixo da tabela são as principais dificuldades para se manterem no mercado. Os novos preços entram em vigor na próxima segunda-feira (29).

O valor do quilômetro rodado para bandeira um, que vai das 6h até ás 20h, subiu de R$ 2 para R$ 2,20. Já para bandeira dois, das 20h às 6h de segunda à sexta-feira e no sábado após o meio-dia até a segunda-feira às 6h, passou de R$ 2,50 para R$ 2,75. A hora parada também sofreu aumento, de R$ 10 para R$ 11.

Atualmente, o município tem 180 táxis cadastrados na Secretaria Municipal de Assuntos Viários (Semav) e 23 pontos, segundo o Sindicato dos Taxistas e Caminhoneiros Autônomos de Prudente. O seu presidente, Natal Aparecido Brunholi, diz os pontos de mais movimento na cidade são os dois shoppings, o terminal rodoviário, o aeroporto e a área central.

De acordo com ele, o pedido do reajuste foi solicitado pelo sindicato à Prefeitura de Presidente Prudente. A princípio, a categoria pediu 20% de aumento. No entanto, o valor concedido pela Semav deixa os profissionais do ramo satisfeitos.

“Nosso último reajuste foi em outubro de 2008. Após quase dois anos tivemos esta conquista que não é muito, porque o custo de manutenção dos veículos é maior do que 10%. Hoje, o litro do combustível está mais caro, os preços de pneus e manutenção também. Mas o valor ajuda e muito a categoria”, afirma o Brunholi.

O presidente do Sindicato, que também é taxista há 39 anos, comenta que atuar no município “já foi melhor”. As facilidades de adquirir com carro e os auxílios prestados pelas prefeituras da região dificultam o trabalho. “Antigamente eu pegava aposentados na rodoviária para levar ao banco, hospital, para realizar serviços na cidade. Hoje, isso não acontece”, lembra.

Para o taxista Mário Dias Boa Sorte, 62 anos, há 34 na profissão, a maior dificuldade que enfrenta em seu dia-a-dia é a concorrência com mototáxis e os rádiotaxis, por conceder um custo menor aos clientes. “Do centro de Prudente ao Hospital Regional, uma corrida convencional custa, em média, R$ 10. Um mototáxi cobra R$ 5. Nós não conseguimos fazer o mesmo preço”, comenta.

O mesmo diz o taxista Mário Nicola Rosa, 64 anos, que há 25 anos vem exercendo a atividade. “O movimento é pouco. Dependemos muito dos nossos clientes de longa data, que sempre usam nossos serviços.”

“Já tivemos épocas boas. O custo de vida subiu muito e 10% é pouco. Mas, nos ajuda e muito”, cita o taxista Manoel Graciano, de 70 anos, 22 deles dedicados à profissão.

Usuários

Para usuários de táxi em Presidente Prudente, o valor assusta um pouco. O aposentado Gervásio Luide Araujo, de 64 anos, diz que utilizou muito o táxi há duas semanas, porque precisava levar sua mãe ao médico e não tinha veículo próprio. De acordo com ele, o valor da bandeirada pode influenciar no uso do serviço. “Se este aumento tivesse sido na semana passada, eu teria gastado uma corrida a mais com o valor do reajuste”, exemplifica.

O pintor José Barbosa Sifrone, de 59 anos, também é usuário esporádico do táxi. Para ele, o valor não é alto e ajuda na sobrevivência da categoria. “Conheço amigos taxistas e sei como está sendo difícil. Com o novo valor é possível explorar a qualidade e não a quantidade”, ressalta.

Já o aposentado Boni Medina comenta que o uso do táxi é baixo em Prudente e o motivo seria a situação econômica da população prudentina. “O ônibus na cidade é mais usado por ter um valor acessível. E para consultas existem as ambulâncias. Eu, por exemplo, não uso táxi porque tenho carro e muitas pessoas da cidade também não têm essa necessidade”, cita.

Os novos preços são fixados de acordo com a planilha de custo operacional apresentada pelo Sindicato dos Taxistas e Caminhoneiros Autônomos de Prudente e entrarão em vigor a partir da próxima segunda-feira (29).