A produção brasileira de grãos deve totalizar este ano 146,5 milhões de toneladas, um recorde histórico, com aumento de 9,4% em relação à safra obtida em 2009 – 133,9 milhões de toneladas. O resultado deve ser 0,4% superior ao recorde de 2008, de 145,9 milhões de toneladas. Em 2010, o Paraná deverá superar Mato Grosso e voltar a ser o principal produtor de cereais, leguminosas e oleaginosas do país.

A previsão consta do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de abril (quarta estimativa), divulgado hoje (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O IBGE prevê um aumento de 0,1% em relação à área plantada no ano passado, chegando a 47,3 milhões de hectares. Em relação a 2009, para as três principais culturas – arroz, milho e soja (que representam 82,3% da área plantada) -, a estimativa é de que haja variações de -5,0%, 5,9% e 6,5%, respectivamente. Segundo o IBGE, a produção do milho e da soja deverá crescer 4,0% e 19,2%, respectivamente, enquanto a do arroz terá retração de 9,7%.

A distribuição regional da produção de grãos deve ser: Sul, 62,2 milhões de toneladas; Centro-Oeste, 51 milhões de toneladas; Sudeste, 16,5 milhões de toneladas; Nordeste, 12,9 milhões de toneladas e Norte, 3,9 milhões de toneladas. Em relação à safra passada, estima-se uma queda de 4,0% apenas no Sudeste. As demais terão incrementos: Norte, de 3,2%; Nordeste de 9,6%; Sul, de 18,7%; e Centro-Oeste, de 4,4%.

O estado do Paraná deve retornar à posição de maior produtor nacional de grãos, superando em 1,5 ponto percentual o estado de Mato Grosso, que no ano passado assumiu a liderança, uma vez que a safra paranaense foi muito afetada pelas condições climáticas desfavoráveis, como a seca no início de 2009, geadas em junho e chuvas excessivas no período final das culturas de inverno.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) também divulgou nesta quinta-feira projeção para a safra de grãos. Segundo a estatal, no ciclo 2009/2010 devem ser produzidos 146,81 milhões de toneladas, consolidando um novo recorde.

A diferença entre os dados divulgados pelo IBGE e pela Conab se deve aos períodos avaliados. O instituto analisa a colheita de janeiro a dezembro e a estatal se baseia no chamado ano-safra, que vai de agosto a julho.