A África do Sul parou nesta manhã para demonstrar seu apoio aos Bafana Bafana, como é conhecida a seleção de futebol do país. Duas passeatas realizadas hoje (9)em diferentes cidades do país-sede da Copa do Mundo reuniram milhares de pessoas. Em comum, a torcida pelo sucesso da seleção local no torneio.
“O apartheid [regime de segregação que vigorou até 1990] é só história. Hoje, estamos todos juntos pela nossa seleção”, afirmou o operário branco Tim Steenkamp, 30 anos, ao lado de seu colega de trabalho Solale Elias, negro, 26 anos.
“Com a Copa, todos esquecemos dos antigos problemas. Não há segregação, não há corrupção, nada”, disse Elias.
Os dois pararam seus serviços em uma obra na região central de Joanesburgo para ver a seleção sul-africana desfilar em carro aberto pela cidade. Junto com eles, outras 900 mil pessoas foram às ruas. Sul-africanos e também muitos estrangeiros, responsáveis por uma enorme festa que paralisou o trânsito do bairro de Sandton por aproximadamente duas horas.
Na multidão, o verde e amarelo da camisa dos Bafana Bafana predominava. As já famosas vuvuzelas (cornetas) ditavam a animação, junto com as buzinas dos carros que eram impedidos de passar pelos torcedores que fechavam as pistas.
“Na época do apartheid, isso seria impossível”, disse a bem-humorada Celeste Bosmam, uma moradora idosa e branca de Joanesburgo que também participou da festa. “Confesso que demorou um pouco para nós nos acostumarmos, mas hoje posso dizer que somos uma nação integrada.”
Na Cidade do Cabo, a 1,4 mil quilômetros de Joanesburgo, centenas de torcedores também organizaram uma festa na cidade, mesmo sem a presença dos jogadores da seleção sul-africana.
Do carro aberto em Joanesburgo, os jogadores sul-africanos agradeceram as manifestações. Citaram também as pessoas que saíram às ruas na Cidade do Cabo e ajudaram a consolidar a mobilização geral da África do Sul dois dias antes do primeiro jogo da Copa.