Em toda a sua preparação e durante a Copa do Mundo na África do Sul, a Seleção Brasileira se esforçou em adotar uma filosofia diferente da utilizada em 2006. Por ironia, o resultado foi o mesmo: derrota para uma seleção europeia e eliminação nas quartas-de-final.
No lugar da França, o algoz foi a Holanda. E Sneijder tomou de Henry o posto de carrasco, participando do lance do primeiro gol e marcando o segundo na vitória por 2 a 1, de virada, ontem.
Foi ele o eleito o melhor em campo no estádio Nelson Mandela Bay, em votação popular no site da Fifa.
Pelo primeiro tempo ficou a impressão de que dificilmente o escolhido deixaria de ser um brasileiro.
A seleção dominou a Holanda, marcou seu gol (com Robinho) logo no início, criou lances bonitos e foi pouco ameaçada. A partida após o intervalo, no entanto, foi outra. O Brasil falhou na defesa, seu setor mais elogiado, esteve acuado, quase não chegou ao ataque e demonstrou instabilidade emocional. E viu mais um jogador seu ser expulso na competição, depois que Felipe Melo deu um pisão em Robben.
A eliminação em Porto Elizabeth representa um duro golpe na era Dunga como técnico. A seleção vinha acumulando bons resultados como os títulos da Copa América e da Copa das Confederações, a primeira colocação nas eliminatórias e vitórias expressivas sobre adversários de peso – mas fracassou em sua principal missão, a conquista do hexacampeonato. Os brasileiros, que receberão a Copa de 2014, voltam para casa com uma campanha de três vitórias, um empate e uma derrota.
A Holanda, que acumulou seu quinto triunfo consecutivo na Copa e agora soma 24 partidas de invencibilidade, enfrentará Gana ou Uruguai na semifinal, em partida na próxima terça-feira, às 15h30 (de Brasília), na Cidade do Cabo. E se vinga das eliminações nas edições de 1994 e 1998, as duas últimas vezes em que havia cruzado com o Brasil.