O Estádio do Pacaembu foi palco, na terça-feira, de um evento diferente do que está acostumado e sem grande público. No local, foi realizada a primeira simulação de segurança para a Copa do Mundo de 2014 que acontecerá no Brasil. A simulação contou com a participação da Polícia Militar, da Polícia de Choque, do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), do Canil, do Comando de Operações Especiais (COE), do Corpo de Bombeiros e do Grupamento Aéreo da PM.
Os oficiais testaram seus equipamentos e ferramentas tecnológicas de combate e prevenção às atividades criminosas. As grandes novidades são o monitoramento dos torcedores por vídeo com utilização de aeronaves, testes de biometria facial (reconhecimento digital através de câmeras) e atiradores de elite nos pontos altos da arena.
“Contamos com tecnologia de última geração, com tudo que há de mais moderno no quesito segurança, prevenção e operações de contra-ataque”, afirmou o capitão comandante do COE, Luiz Renato Fiori.
Utilizando-se de rapel, homens treinados pela polícia estão preparados para, em caso de emergência, resgatar autoridades com agilidade. “Apesar de totalmente preparada para qualquer evento ou acontecimento, a Polícia precisa desse tipo de simulação, por ser fundamental para o treinamento dos nossos homens”, explicou Fiori.
Para o comandante, o terrorismo, que assombra o mundo desde o início de 2001, com os ataques às Torres Gêmeas em Nova Iorque, nos Estados Unidos, é a principal preocupação dos organizadores da Copa. “O terrorismo é uma preocupação no mundo todo. O nosso trabalho durante o Mundial será com medidas preventivas severas, que vai desde ações nos aeroportos até a entrada dos estádios”, declarou.
Para segurança da corporação e dos torcedores, artefato explosivo encontrado é retirado do local por um robô.
Segundo o Major PM Marcel Soffner, os treinamentos desta manhã fizeram parte da prova final do Curso de Policiamento em Praças Esportivas, que tem duração de um mês. “Na prova de hoje, contamos com a colaboração de profissionais de 14 estados”, informou. “As Polícias Militares do Brasil todo costumam realizar este tipo de intercâmbio de informações e experiências e compartilhamento de tecnologias”, continuou.
Coordenador da operação no Pacaembu, o Major Leandro Pavani explicou o primeiro procedimento da Polícia Militar. “Antes da torcida e das delegações entrarem no estádio, é feita uma varredura em todo o local, passando pelas arquibancadas e o contorno do gramado, para procurar explosivos ou objetos que podem colocar em risco a segurança dos torcedores”, disse.
A utilização de cães farejadores também foi um artifício experimentado. “O cão de faro averígua locais de difícil acesso ao ser humano, buscando pelo odor de substâncias nocivas ou proibidas”, revelou. “Confirmada a ameaça de bomba, as autoridades são retiradas imediatamente do estádio por homens treinados que descem de rapel e são levadas para um local mais seguro”, completou.
De acordo com o coronel Carlos Celso Savioli, comandante do 2º Batalhão de Choque, que colabora na segurança dos estádios paulistanos, a simulação faz parte da agenda oficial preparatória das sedes do Mundial. “Este treinamento é importante e indispensável, pois está criando, a partir de São Paulo, um procedimento padrão para todos os outros estados envolvidos com a Copa”, enalteceu.