Contratada pela Prefeitura de Prudente para elaboração do Plano de Águas Pluviais, a fim de solucionar problemas de alagamentos e inundações na zona urbana, a Altran Tecnologia e Consultoria Brasileira S.A. apresentou nesta terça (21), a segunda etapa do estudo sobre drenagem urbana, na qual 33 bacias hidrográficas foram diagnosticadas.

Segundo o diretor responsável pelo trabalho e diretor de Saneamento, Recursos Hídricos e Meio Ambiente da TC/BR Tecnologia e Consultoria Brasileira, Márcio Tagliari, para cada uma das bacias foi levantado um conjunto de informações que permitiram fazer um diagnóstico da atual situação e também um prognóstico de possível inundação e vazão das bacias caso nada for feito.

Além de técnicos das secretarias municipais de Planejamento, Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seplan) e Obras e Serviços Públicos (Sosp), participaram jovens da Fundação Mirim, e representantes do Meio Ambiente e da Companhia Prudentina de Desenvolvimento (Prudenco). Com recurso do datashow, o gerente de projetos da empresa, Paulo de Tarso Rodrigues Ribeiro, explicou que desta vez o complemento do estudo levou em consideração dois pontos essenciais: a equação de chuvas calculadas para o município e o demonstrativo de três cenários, sendo eles o atual (diagnóstico do que o município tem hoje), o tendencial (referência para saber o que pode acontecer nas bacias se nada for feito) e o desejável. Este último leva em conta medidas para manejar as deficiências encontradas, entre vazões e volumes de chuva que essas bacias – incluindo a do Parque do Povo, considerada uma das mais críticas – são capazes de absorver.

Quanto à equação de chuvas, em que é possível explicar e/ou quantificar um determinado fenômeno, Tagliari ressaltou que esta se trata de uma etapa essencial para que se possa determinar o valor das vazões ocasionadas pelas combinações de chuvas e características físicas das bacias hidrográficas. “É o que a gente chama de horizonte temporal do planejamento, que são as chuvas razoáveis com tempo de recorrência de 10, 25 e 50 anos, cuja intensidade tem a probabilidade de ocorrer uma em cada 10 anos, uma em cada 25 anos e assim por diante”, diz.

Assim sendo, emenda ele, “para cada recorrência o sistema de drenagem urbana foi avaliado”. “Os prognósticos foram feitos para avaliar em quais bacias poderão ocorrer problemas no futuro se nada for feito. É claro que não existe ainda um sistema 100% na eficácia para solucionar problemas com inundações, mas recorrer àqueles já existentes no mercado é a melhor opção para evitar desastres futuros”, completa.

Os cenários também ganharam atenção especial no estudo, conforme explica Tagliari. “Com base nas informações levantadas e nos cálculos matemáticos nos quais nos baseamos, examinamos bacia por bacia sobre a capacidade natural de cada uma para absorção de água e as condições delas no futuro com o recurso da impermeabilização. “Baseado na metodologia SSD [Sistemas de Suporte e Decisões] e com o auxílio de um software específico da USP [Universidade de São Paulo] foram feitas simulações matemáticas do comportamento hidráulico de cada uma das bacias, em cada um dos cenários, daqui 10, 20 ou 30 anos”, detalha.

De acordo com ele, as etapas futuras do estudo estão previstas para serem apresentadas no mês de outubro. “Temos que finalizar o estudo ainda este ano, e as próximas já estão todas praticamente finalizadas. Para o município, ter um plano deste é importantíssimo no manejo das águas pluviais. É o primeiro passo dentro de um processo na gestão das águas urbanas sob os pontos de vista operacional e legal”, encerra.

O secretário de Planejamento Laércio Batista de Alcântara diz que depois de finalizado, o estudo deve ser utilizado como ferramenta de planejamento e desenvolvimento, “além de ser um instrumento de trabalho e orientação para a administração municipal”.