Presença constante manifestações para melhorar o transporte público, um grupo de 30 “black blocs” se perdeu brevemente ontem à noite ao procurar a linha de ônibus que os levaria do centro de São Paulo até a Assembleia Legislativa, na zona sul.

Acompanhados por um número superior de policiais militares, os anarquistas, a maioria mascarados, deixaram uma pequena manifestação de universitários contra a violência policial, na praça Roosevelt, e decidiram se unir aos acampados diante da Assembleia Legislativa.

Depois de fechar ruas no centro, protesto contra a PM chega à praça Roosevelt

Eles desceram em direção ao Anhangabaú e cruzaram a avenida 23 de Maio para chegar ao terminal Bandeira, mas voltaram quando alguém gritou que era para o outro lado.

No caminho, integrantes do grupo pichavam o símbolo do anarquismo e “poder popular” em paredes e ônibus.

 Fabio Braga/Folhapress 
Grupo de 'black blocs' entra em ônibus sem pagar para ir do centro à Assembleia Legislativa de São Paulo
Grupo de ‘black blocs’ entra em ônibus sem pagar para ir do centro à Assembleia Legislativa de São Paulo

CADÊ O ÔNIBUS?

No terminal, ninguém sabia qual linha de ônibus pegar. Após minutos de indecisão, uma militante achou o veículo: “Tem uma placa gigante dizendo Ibirapuera”.

Os anarquistas então lotaram o ônibus, que já tinha alguns passageiros, entrando sem pagar. O motorista e o cobrador chegaram a deixar o veículo, mas, depois de alguns minutos, voltaram, trocando o letreiro de “Jardim Luso” para “Especial”.

Tranquilos, os anarquistas passaram a viagem alternando insultos ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) e à presidente Dilma Rousseff (PT) e brincadeiras: “Motorista/pode correr/o ‘black bloc’ não tem medo de morrer”.

Ao descer, os anarquistas agradeceram o motorista. Sorrindo, ele respondeu com aceno e buzinadas.