Ontem (3) de manhã, a moto-taxista Rosemeire Gomes Figueiredo, de 45 anos, foi assassinada com pauladas na cabeça, na residência dela localizada no Jardim Paulista em Junqueirópolis. 
Ela estava morta deitada de lado, na cama de casal, coberta e um lado do rosto estava praticamente desfigurado pelas pancadas.
A polícia esteve na residência da vítima e percebeu respingos de sangue, na parede do quarto, sobre a cabeceira da cama e bem próximos da cabeça da vítima.
No quarto não havia sinais de luta corporal e nem de arrombamento que pudesse ajudar no esclarecimento de quem teria sido o assassino.
O corpo foi encontrado por volta das 9h20, pelo adolescente L.X.C., de 17 anos, ex-namorado e agora amigo da filha da vítima, a adolescente N.R.M., de 16 anos.
Ele teria ligado para o 190 dizendo “que no quarto havia uma pessoa ensanguentada aparentando estar morta”.
Os dois contaram aos policiais militares que registraram a ocorrência que tinham combinado com Rosemeire na noite anterior que ontem iriam ao centro da cidade.
L.X.C. disse primeiramente que chegou a casa de Rosemeire às 7h30 como tinha combinado e acordou ela e a filha.
Segundo os dois, Rosemeire desistiu de ir ao centro da cidade, já que iria receber a visita de um rapaz desconhecido.
Eles contaram que saíram da residência juntos e no retorno, L.X.C. chegou primeiro e encontrou a mulher morta na cama e a filha dela chegou depois.
Tão logo o caso foi registrado, a equipe de investigação da Polícia Civil, comandada pelo delegado Victor Fernando Cangane Biroli começou a ouvir vizinhos, a filha e o ex-namorado e outras testemunhas para a elucidação da motivação e autoria do crime.
No período da tarde, o delegado em entrevista à reportagem confirmou que a filha da vítima e o ex-namorado dela confessaram serem os autores do crime.
De acordo com Victor Biroli, aos serem ouvidos os dois adolescentes deram versões contraditórias. Ele explicou que chamou a atenção, o adolescente de 17 anos ter dito que ao chegar a casa foi chamando por Rosemeire que não respondeu e ao entrar viu pela porta do quarto que ela estava morta e os respingos de sangue na parede, bem próximos a cabeça dela.
“Me chamou a atenção ele ter visto tudo isso com as luzes do quarto apagadas e o ambiente muito escuro. Disse ao menor que isso não me convencia e ele então começou a buscar alternativas alegando que a televisão estava ligada e a luz do banheiro acesa, mentindo e caindo em contradição”, explicou o delegado.
Biroli ressaltou ainda que após conversar com os dois adolescentes e mostrar a eles que as versões não batiam, então confessaram que realmente haviam matado Rosemeire, no período da manhã.
Segundo o delegado, a filha acusou o ex-namorado de ser o autor do crime e o adolescente de 17 anos ficou culpando ela de ser a assassina da mãe e que ele apenas participou escondendo o pedaço de madeira para dar os golpes.
O adolescente levou os policiais até um terreno em que juntamente com a ex-namorada tinha escondido o pedaço de pau usado no crime. O pau estava enrolado numa toalha, com manchas de sangue e fios de cabelos semelhantes aos da vítima.
O delegado Victor Biroli afirmou que diante das confissões parciais dos adolescentes, porém sem detalhar o que deve ter acontecido, a participação de cada um no crime, o fato de um acusar o outro de ter matado a mulher e da indicação de um dos autores de onde haviam escondido o pedaço de madeira usado para golpear a cabeça de Rosemeire, a polícia não tem mais dúvidas de que eles são os autores do assassinato.
O delegado disse que a motivação do crime é porque a menina não tinha bom relacionamento com a mãe, de quem não gostava, por ser impedida de sair de casa e exercia uma vigilância muito forte sobre ela, gerando desentendimentos e conflitos.
Segundo o delegado, a adolescente contou que era agredida fisicamente e constantemente pela mãe e mesmo assim nunca denunciou a polícia. “Ela fala que quem matou foi ele, e, ele que foi ela. Entretanto, a adolescente informou que não se opôs a que ele matasse a mãe. Há de observar que ela tinha motivos para matar a vítima e não ele, mas juntos e em conluio arquitetaram a morte de Rosemeire”, pontuou o delegado.
Somente o laudo do exame necroscópico feito no corpo da vítima vai indicar quantos golpes foram dados.
A Polícia Civil dá o caso como esclarecido e que até o momento não há nenhum indício que leve ao envolvimento de uma terceira pessoa. Victor Biroli disse que diante dos fatos autuou os adolescentes, por crime de homicídio qualificado e eles foram apreendidos.
O adolescente de 17 anos seria encaminhado para a cadeia de Adamantina e a adolescente de 16, para a cadeia de Dracena, até a deliberação do juiz para uma unidade da Fundação Casa, própria para menores.
O delegado afirmou que o trabalho de investigação que resultou no esclarecimento do crime foi muito lento e dificultoso, especialmente pela ausência de testemunhas, e, as circunstâncias que os fatos ocorreram, porém os menores que desde quando suspeitos apresentaram histórias que não convenciam e finalmente houve a confissão deles. Relatou também que a menor pela maneira de falar e do comportamento não demonstrou arrependimento. “Eles se acusam e é certo que ambos participaram do crime, mas exatamente individualizar a conduta de cada um não foi possível”, concluiu o delegado.
A pena em caso de homicídio qualificado é de 12 a 30 anos de reclusão, porém neste caso, não será aplicada, porque eles são menores de idade.
O delegado Biroli explicou que eles deverão cumprir medidas sócio- educativas.
Trabalharam na ocorrência pela Polícia Militar, o cabo Marcos Paulo e soldado Souza.