Se você já leu o texto “Quando crescer, vou ser… paleontólogo!” na CHC 127 e ficou animado para seguir a profissão, aposto que vai ficar ainda mais inspirado ao ler a notícia de hoje. Kevin Terris, um adolescente norte-americano comum como eu e você, encontrou, por acaso, um fóssil de 75 milhões de anos.

A importante descoberta foi levada para o Museu de Paleontologia Raymond M. Alf, em Utah, nos Estados Unidos. Lá, o material foi analisado por especialistas, que descobriram se tratar de um bebê dinossauro da espécie parassaurolofo.

Os parassaurolofos adultos possuíam uma crista grande feita de osso, que usavam na comunicação com os outros animais de sua espécie. Já os filhotes, que ainda não possuíam a crista, deviam ter outro jeito de se comunicar (Ilustração: Lucas Panzarin)

 Os parassaurolofos adultos (à esquerda) possuíam uma crista grande feita de osso, que usavam na comunicação com os outros animais de sua espécie. Já os filhotes, que ainda não possuíam a crista, deviam ter outro jeito de se comunicar (Ilustração: Lucas Panzarin)

 Segundo Andrew Farke, curador do museu e líder da pesquisa, o animal tinha menos de um ano quando morreu. Os cientistas sabem disso porque não encontraram marcas em forma de anéis nos ossos do animal. “Cada marca corresponde a um ano. O parassaurolofo descoberto ainda não tinha ganhado nenhuma marca”, explica Andrew.

O fóssil descoberto por Kevin estava muito bem conservado, possivelmente porque foi enterrado logo depois que morreu. “Assim, a carcaça acabou ficando livre de parasitas, do vento, da chuva e de outras forças que poderiam ter destruído os ossos”, conta Andrew. A descoberta foi tão impressionante que o dinossauro ganhou até nome: Joe.

Segundo os cientistas, Joe cresceu rápido para a idade. Com menos de um ano, já tinha dois metros (Ilustração: Tyles Keylor)

 Segundo os cientistas, Joe cresceu rápido para a idade. Com menos de um ano, já tinha dois metros (Ilustração: Tyles Keylor)

 A espécie de Joe é conhecida pela crista comprida, voltada para a parte de trás da cabeça. No entanto, o filhote fóssil pareceu bem diferente quando comparado à versão adulta da espécie. “A crista de Joe ainda estava começando a aparecer”, ressalta o especialista.

A descoberta de Joe aconteceu em 2009, mas só agora os estudos sobre o fóssil foram concluídos e divulgados ao público (Foto: Museu de Paleontologia Raymond M. Alf)

 A descoberta de Joe aconteceu em 2009, mas só recentemente os estudos sobre o fóssil foram concluídos e divulgados ao público (Foto: Museu de Paleontologia Raymond M. Alf)

 A partir do estudo deste fóssil, os cientistas podem conseguir novas informações sobre o crescimento dos dinossauros. Por exemplo, sabe-se que a crista dos parassaurolofos era usada para a comunicação. “Como Joe ainda não tinha uma crista formada, isso pode significar que os bebês usavam outras formas de se comunicar com os adultos, até que as cristas crescessem”, reflete Andrew.