O operário da construção civil Raimundo Juvenal de Lima, 47, que trabalhava no prédio que desabou na noite de ontem, em Guarulhos, na Grande São Paulo, disse ter deixado o local 20 minutos antes do acidente.

 “Eu nasci de novo. Só posso agradecer a Deus por isso. Eu estava no ponto de ônibus para voltar pra casa quando a tragédia aconteceu. Fiquei em choque e não quis voltar para o local”.

 

Segundo Raimundo, o ritmo da obra era normal. “Nessas duas semanas em que eu estava trabalhando na construção não percebi nada de anormal, não havia nenhuma pressão para construir mais rápido”.

 

Segundo o coordenador da Defesa Civil de Guarulhos, Paulo Victor Novaes, nenhum representante da construtora apareceu no local desde que a obra ruiu. Segundo ele, isso não prejudica os esforços de busca pelo operário desaparecido.

 

“O Corpo de Bombeiros tem todas as plantas e o conhecimento necessário para realizar a tarefa”.

 

Novaes afirmou que cinco casas vizinhas da obra continuam interditadas por segurança. “Estamos trabalhando com o maquinário pesado, então, por prevenção, os imóveis vizinhos continuarão vazios”, disse que o coordenador que disse ser cedo para afirmar as causas do acidente.

 

Busca por operário

 

Na manhã desta terça-feira (3), os bombeiros faziam buscas por um operário que está desaparecido desde o acidente. Edenilson de Jesus dos Santos, 24, morava no local da obra. Ao todo, 14 carros e 35 homens da corporação trabalham no local com a ajuda de cães farejadores.

 

O capitão do Corpo de Bombeiros Carlos Roberto Rodrigues informou que por volta das 9h30 as buscas entraram em uma nova etapa. De acordo com ele, o local indicado pelos cães onde poderia estar a vítima é uma laje.

 

“Embaixo da laje tem uma série de rampas que seriam uma rota de foga”, afirmou. O capitão disse que todos os entulhos foram retirados deste local e que agora apenas o maquinário mais pesado poderá movê-lo.