José Walter Joaquim, 56, operador do guindaste envolvido no acidente que causou as mortes de dois trabalhadores nas obras do Itaquerão, no dia 27, foi localizado nesta segunda-feira pela Polícia Civil e vai depor na quinta-feira.

Desde o dia 28, os policiais civis que investigam o caso tentavam falar com Joaquim, mas ele não foi encontrado nem mesmo em sua casa, em Igaratá (a 91 km de São Paulo), de onde sua família também saiu após o acidente.

A localização de Joaquim nesta segunda aconteceu após os policiais do 65º DP buscarem informações sobre ele na Locar, empresa dona do guindaste.

A decisão da polícia de passar a buscar Joaquim foi tomada na tarde de sexta-feira, após três advogados da Odebrecht irem ao 65º DP para dizer que ele não “tinha condições psicológicas de falar”.

No dia seguinte ao acidente, um engenheiro da construtora havia ido à delegacia e disse ao delegado do caso, Luiz Antonio da Cruz, que Joaquim falaria com ele na sexta, mas isso não ocorreu. 

 Quando a Folha esteve na casa de Joaquim, na sexta, vizinhos disseram que ele não era visto desde o acidente.

Os vizinhos afirmaram que, após as mortes no Itaquerão, houve “entra e sai incomum” de carros na casa e, assim como Joaquim, seus familiares também deixaram o lugar.

Análises iniciais dos peritos do Instituto de Criminalística de São Paulo indicam que uma das mais prováveis hipóteses para o acidente é o possível desgaste de peças do guindaste. Procurada desde sexta pela Folha, a Locar, dona do equipamento, não se manifestou sobre a questão.