Ao contrário do que havia informado aos sindicalistas no mês passado, este ano, a Usina Companhia Flórida não vai dar início à safra da cana-de-açúcar, pela primeira vez na história da usina. A notícia preocupou muitos floridenses que temem o fechamento da única empresa de grande porte da cidade.
Em período de safra, a Companhia Flórida faz girar a economia local no município. Neste período, a Usina dispõe de mais de mil pessoas no quadro de funcionários, o que faz dela a principal fonte de geração de empregos do município.
O andamento da Usina também reflete no comércio local. O presidente da Associação Comercial e Industrial de Flórida Paulista (ACIFP), Cleber Peixoto, diz que os comerciantes têm conseguido se manter. “Por enquanto vem mantendo as vendas. Não sabemos como vai ser daqui pra frente”, afirmou. No entanto, alguns comerciantes dizem o contrário e relataram ter havido queda nas vendas.
Essa semana houve uma demissão em massa na categoria da indústria. Foram mais de 250 demissões, algumas delas de funcionários que trabalhavam há 10 anos na empresa.
O Sindetanol (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas, Farmacêuticas e Fabricação de Álcool, Etanol, Bioetanol e Biocombustível de Presidente Prudente e Região) representado pelo presidente Milton Ribeiro Sobral se reuniu com a categoria na manhã de ontem, 11, para explicar sobre os direitos trabalhistas já garantidos e sobre a rescisão contratual, que deve ser paga pela empresa até o dia 19 deste mês. Ficou marcada uma nova reunião para o dia 23, e caso a empresa não cumpra o acordo até lá, o Sindicato dará respaldo para os funcionários entrar com ação na Justiça do Trabalho. A categoria ainda está com dois meses de salários atrasados.
Quanto ao setor rural da empresa, foram mantidos cerca de 200 funcionários, segundo Daniel Berlamino, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais. Ele explica que a Companhia Flórida vendeu a cana-de-açúcar para outras empresas, uma delas é a usina Glencane, antiga Rio Vermelho, de Junqueirópolis e por isso ainda conta com parte da categoria.
De acordo com Daniel, a usina pretende iniciar o plantio da cana para a safra de 2015, no próximo mês, e possivelmente irá contratar mais funcionários rurais para o serviço.
O sindicalista explica que a decisão de não iniciar a safra este ano ocorreu devido a problemas judiciais referentes a documentações da empresa.