As instituições assistenciais ou fiantrópicas nasceram da necessidade de completar serviços que o poder público não consegue cobrir. Com a complexidade da vida moderna, a importância dessas entidades aumentou, principalmente nas áreas de vulnerabilidade social, localizadas, em sua maioria, nas periferias das grandes cidades. O sociólogo Herbert de Souza, o Betinho um dos maiores ícones brasileiros na área assistencial dizia que as entidades de Terceiro Setor  são “comitês de cidadania e surgiram para ajudar a construir a sociedade democrática com que todos sonham”. Um desses papéis é desempenhando pelo CIEE, ao longo dos últimos 50 anos. Fundado por empresários e educadores, nasceu de um sonho de desenvolvimento social e da perseverança de um grupo de empreendedores que enxergaram a necessidade da formação de jovens para inseri-los com mais qualidade no ambiente do trabalho. Foi assim que o CIEE proporcionou a entrada de milhões de jovens no mercado por meio do estágio e da aprendizagem. Para atender as exigências corporativas, o CIEE criou cursos  de capacitação presenciais para desenvolver aptidões, orientar os jovens nas escolhas profissionais e qualificar melhor os estudantes para as empresas. Do desenvolvimento desse trabalho surgiram outros, como a alfabetização e suplência de jovens e adultos, um programa que visa alfabetizar e dar continuidade aos estudos para o ensino fundamental e médio, que já beneficiou mais de 50 mil pessoas. A educação à distância também se destaca entre os programas de caráter educativo e social, pois viabiliza a democratização do ensino, dando a oportunidade aos jovens, de áreas longínquas, estudar com o mesmo conteúdo daqueles que vivem nas grandes cidades. O programa do CIEE nesta área já conta com mais de 2,4 milhões de matrículas. A aprendizagem também é hoje um dos carros chefes do CIEE. Em uma parceria com a Fundação Roberto Marinho, o Aprendiz Legal capacita 65 mil jovens talentos em milhares de empresas por todo o país. Ao longo de meio século, mais de 15 milhões de jovens já se beneficiaram dos serviços e das ações sociais que o CIEE realiza pelos quatro cantos do país.
*presidente executivo do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), da Academia Paulista de História (APH) e diretor da Fiesp.