O aposentado José Bento possui o talento natural na arte de escrever. Aos 71 anos, 50 dos quais vividos no distrito de Oásis, de Tupi Paulista, ele é autor de mais de uma dezena de livretos impressos em forma de cordel. Em todos retrata a vida do homem no campo, onde morou a maior parte de sua vida.
José Bento é praticamente autodidata. Estudou apenas o primeiro ano primário, na escola rural de Oásis, onde se destacava quando era para escrever uma poesia ou uma estória infantil.
“Havia 60 alunos na sala de aula e a minha redação foi escolhida a melhor”, lembra Bento, que morou no bairro rural durante 50 anos. Hoje, aposentado vive há quase 20 anos na cidade e há três começou a escrever estórias e contos que ouvia na infância, acrescentando sua forma pessoal de relatar as narrativas, sempre na primeira pessoa.
“É para quem estiver lendo o livro, sentir-se como se eu estivesse contando aquela estória”, explica. Com uma linguagem simples, mas com estrutura na narrativa, José Bento conta com apoio de seu filho para auxiliá-lo na digitação dos textos e impressão dos livros de bolso.
“Escrever para mim é um passatempo, sempre gostei de ler, assistir televisão e estar informado”, conta.
Desde quando começou ele já criou mais de 60 estórias que foram impressas em 11 livretos, todos com o título “Histórias de José Bento”.
“Escrevo à mão, depois o meu filho que mora em São José dos Campos, leva o material e digita, para então fazermos a impressão”, ressalta o senhor Bento.
Para cobrir os custos das despesas de papel e impressão, ele cobra um preço simbólico, R$ 5 por edição de um exemplar que retrata estórias típicas da região, décadas atrás.