Em menos de uma semana a população de Adamantina foi surpreendida com dois fatos ligados ao Rodeio que não acontece há dois anos na cidade. Primeiro foi anunciado que aconteceria a festa no final de julho. Faltando pouco mais de um mês, o evento já estava com a grade de shows definida e a venda de permanentes liberada. Alguns dias depois, para surpresa dos munícipes, pessoas ligadas a festa anunciaram o cancelamento.
O evento seria realizado pela Federação de Rodeios do Estado de São Paulo (FRSP), que se apresentou como entidade sem fins lucrativos. Intitulado a princípio como Rodeio de Adamantina, logo depois o evento recebeu o nome de AIR (Adamantina Internacional Rodeo), que teria sido cedido à FRSP pelo dono da marca, Ricardo Bentinho, uma vez que nos anos de 2012 e 2013, Ricardo promoveu o AIR na cidade.
Em sua página no facebook, Bentinho informou que a festa foi cancelada após a Prefeitura ter retirado o apoio cultural. “Mais uma vez me deparo com interesses próprios em relação à população. Eu cedi o nome AIR para a federação paulista por achar que é uma entidade idônea e ficha limpa. Selo verde no Rodeio. Infelizmente pessoas ligadas à administração pública, por achar que eu estava por trás do evento, não deixaram ele acontecer. Fico muito triste, pois mais uma vez a população perde. Amo Adamantina mas tem muita gente que deve odiar”, escreveu.
No fim da tarde de sexta-feira, 19, a Prefeitura se pronunciou por meio de nota à imprensa.
Segundo a Prefeitura, a administração pública entendeu que a realização de duas festas – Expoverde e Rodeio – em um intervalo de 30 dias poderia inviabilizar financeiramente uma ou as duas festividades trazendo prejuízos aos cofres públicos e entidades participantes.
“O anúncio da realização do AIR pela FRSP, antes mesmo da assinatura do convênio, criou surpresa e constrangimento para o Poder Executivo tendo em vista não haver no Paço Municipal qualquer informação oficial a respeito. O constrangimento, porém, não impediu que fossem tomadas medidas, mesmo que impopulares, no sentido de não se assinar o contrato rapidamente. O objetivo era negociar condições que não gerassem danos à municipalidade. A não assinatura provocou por parte da Federação a desistência em realizar o evento”, explicou.
“Em relação ao contrato, não é verdadeira a informação que a realização do rodeio não traria despesas ao município. O apoio solicitado compreendia contrapartida de garantia de venda de camarotes. Isto poderia gerar alto custo para a Prefeitura e ao cofre público se a organização não conseguisse comercializar os locais. Assim, mesmo sob intensa pressão, optou-se por não assinar o contrato e se persiga mais uma negociação em melhores condições para a realização da festa, garantindo transparência, participação da comunidade e preservação das finanças públicas, principalmente em um ano em que se prevê uma crise econômica, com diminuição de repasses federais e de arrecadação”, finalizou o texto.
O cancelamento do evento dividiu opiniões no município. Enquanto alguns lamentaram outros entenderam que seria inviável, principalmente por patrocínios, ocorrer duas festas grandes em um intervalo curto de tempo.
A reportagem do Jornal Regional procurou a FRSP através de diversos telefones, mas não conseguiu contato por nenhum deles. Um e-mail foi enviado, mas até o fechamento desta edição não houve resposta. O site do Rodeio já está fora do ar com a mensagem “Evento cancelado”.
Nas redes sociais, internautas tiveram dúvidas por já terem comprado permanentes através do site. Segundo Bentinho, todos que compraram serão ressarcidos pela Federação.
