Muito se pergunta se os jovens estão criando o hábito de consumir cada vez mais cedo. Porém, os jovens estão em um jogo de conquistas de bens materiais marcados por simbolismos de distinção social. E os rolesinhos são fruto deste contexto.

Todos nós temos necessidades de consumo estimuladas por fatores biológicos e sociais.
O consumo nada mais é do que o uso de coisas que precisamos para sobreviver; enquanto que aquilo que denominamos de consumismo trata-se de uma construção da mídia, e na geral se cria uma falsa necessidade com objetivo de tirar proveito comercial e reforçar uma ideia.
Pensar que os jovens são sempre revoltados descolados, são construções sociais que alguns se reconhecem como tal e outros não.
Com o desenvolvimento do capitalismo, o lucro passou a ser o objeto final. Alguns meios foram sendo criados para alcançá-lo.
Tornou-se necessário ampliar o consumo na mesma proporção. Nesta fase a população infanto-juvenil invadiu o mercado.
Foram criadas estratégias poderosas de marketing para capturar todos os possíveis consumidores. Nossas crianças e jovens são vítimas de campanhas publicitárias que produzem um consumismo desenfreado. A indústria usa estes recursos para vender seus produtos marcados por significados simbólicos.
Os jovens sofrem também influência de seus grupos e das redes sociais. Há uma corrida desenfreada pela posse de determinados bens que dão distinção aos indivíduos.
Um tênis “de marca” parece ter um valor exagerado para os jovens. Questionar sua utilidade seria um horror e um risco de ser excluído do grupo.
Por esse motivo existe uma concorrência entre todos jovens, pelos produtos que os tornam “diferentes” e consequentemente mais desejáveis.
Na luta pelo consumo e pela ampliação do consumismo que se tem vencido são as empresas. Os indivíduos acabam nem percebendo que estão em um jogo que eles mesmos fomentam e pagam cada vez maiss caro por ele.
Cabe a nós, na educação dos jovens, alertá-los para este jogo e fazê-los entender que devem comprar aquilo que necessitam e não o que estão exigindo deles.
É a educação para o “consumo consciente”.

*Vice-diretora do Colégio Objetivo de Dracena.