A advogada brasileira, de 36 anos, presa na terça-feira (2) em Ciudad del Este, no Paraguai, suspeita de ligação com o mega-assalto à transportadora de valores Prosegur e investigada na Operação Ethos, foi transferida para a Penitenciária Feminina de Tupi Paulista na noite desta quinta-feira (4).

Segundo o delegado da Polícia Civil, Everson Contelli, o cumprimento do mandado de prisão da advogada, expedido pela Justiça paulista, foi efetuado em duas fases. “No primeiro momento, logo após a prisão dela, feita pela Polícia Nacional do Paraguai, começaram as tratativas com a finalidade de obtenção de uma expulsão dela, daquele país. Já a segunda fase, foi a condução da advogada da Delegacia da Polícia Federal de Foz do Iguaçu (PR) até o Estado de São Paulo”, explicou o delegado.

A advogada foi levada inicialmente para a delegacia de Presidente Venceslau, onde prestou depoimento e, em seguida, foi examinada por um médico legista. Após permanecer por cerca de uma hora na unidade policial, a advogada foi encaminhada para a Penitenciária Feminina de Tupi Paulista, onde ficou à disposição da Justiça.

Operação Ethos

A brasileira é uma das 54 pessoas investigadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Presidente Prudente (SP) na Operação Ethos por envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Ela estava foragida desde novembro de 2016.

A operação, deflagrada em novembro de 2016 pela Polícia Civil e pelo Ministério Público Estadual (MPE), através do Gaeco, cumpriu mandados de prisão contra advogados suspeitos de envolvimento com uma facção criminosa que atua dentro e fora dos presídios do Estado de São Paulo.

O inquérito policial sobre o caso foi instaurado em maio de 2015 para apurar crimes de organizações criminosas, lavagem de dinheiro, associação para fins de lavagem, exploração de prestígio e corrupção ativa.

As investigações começaram após informações reveladas através de uma carta que foi interceptada por agentes da Penitenciária “Maurício Henrique Guimarães Pereira”, a P2 de Presidente Venceslau, no dia 11 de maio de 2015, durante procedimento de varredura de rotina realizado no telhado sobre os raios 3 e 4 da unidade.

Assalto no Paraguai

Segundo a Polícia Nacional do Paraguai, a advogada também é suspeita de envolvimento no mega-assalto à Prosegur na madrugada do dia 23 de abril.

No roubo, o grupo levou cerca de US$ 11,7 milhões – o equivalente a R$ 37 milhões – da sede da transportadora de valores.

Segundo a polícia vizinha, os ladrões fortemente armados invadiram a sede da transportadora de valores Prosegur. Eles explodiram a entrada da empresa e trocaram tiros com vigilantes. A ação durou aproximadamente três horas e eles fugiram com dinheiro.

Um policial paraguaio que estava em um carro em frente à empresa foi morto pelos bandidos.

A sede da empresa fica a 4 quilômetros da Ponte Internacional da Amizade, na fronteira com Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná.

Negou participação

A advogada Marcela Antunes Fortuna é investigada pela Polícia Civil do Estado de São Paulo, que em novembro de 2016 desencadeou a Operação Ethos, juntamente com o MPE. Segundo a polícia, ela comandava uma das células de um grupo criminoso. De acordo com o relatório da Polícia Civil, Marcela era denominada pela organização como gestora da célula “R” e desde a operação mudou-se com a família para o Paraguai, onde permaneceu até ser presa por suposto envolvimento em um roubo a uma empresa de valores.

Essa ação foi concluída em duas etapas. As autoridades paraguaias expulsaram a presa a pedido dos delegados de polícia brasileiros e no segundo momento houve a remoção de Marcela Antunes Fortuna para o Estado de São Paulo, para que permaneça à disposição da 1ª Vara Judicial de Presidente Venceslau, em que há mandado de prisão preventiva contra a indiciada.

A presa permaneceu por uma hora no Plantão de Presidente Venceslau, onde foi interrogada. Segundo a polícia, ela negou participação no roubo e optou pelo silêncio quanto às perguntas relacionadas à Operação Ethos.

Depois, foi levada à Penitenciária Feminina de Tupi Paulista.

 

Advogada prestou depoimento na delegacia de Presidente Venceslau (Foto: Bruna Bachega/TV Fronteira)

Advogada prestou depoimento na delegacia de Presidente Venceslau (Foto: Bruna Bachega/TV Fronteira)

 

Advogada prestou depoimento na delegacia de Presidente Venceslau (Foto: Reprodução/TV Fronteira)

Advogada prestou depoimento na delegacia de Presidente Venceslau (Foto: Reprodução/TV Fronteira)