Criado em 1991, em meio a elevação dos índices de crimes contra a vida, em especial crimes de homicídios e contra ao patrimônio, com ênfase a roubos a bancos, latrocínio e extorsões mediante sequestro, o Decap (Departamento de Polícia Judiciária da Capital), criou o GOE (Grupo de Operações Especiais).
Naquela época, os distritos policiais da capital abrigavam presos de alta periculosidade, que constantemente eram alvos de ataques de quadrilhas, que tentavam resgatar indivíduos detidos. Com o passar dos anos, as circunstâncias históricas que deram origem ao GOE mudaram e atualmente o grupo é uma unidade de recursos especiais da Polícia Civil (PC), que tem como atribuição básica prestar auxílio às autoridades policiais.
Em Dracena, nos últimos meses, tem sido comum, assim como noticiado constantemente pelo JR, ações policiais nas quais o GOE tem prestado apoio, principalmente quando o assunto é o tráfico de drogas, que tem sido combatido com as ações da polícia, com várias apreensões de entorpecentes e indivíduos presos.
A reportagem entrevistou na semana que passou os coordenadores do GOE de Dracena, os delegados Alexandre Luengo e André Luengo, respectivamente titulares da DISE (Delegacia de Investigação Sobre Entorpecentes) e DIG (Delegacia de Investigações Gerais). Eles falaram da atuação do grupo auxiliando os trabalhos de campo das autoridades policiais.
André explicou que o GOE é constituído por policiais civis de todas as carreiras de várias cidades da região e podem atuar em todo o território do Estado, conforme demandas e necessidades, porém, por questões de segurança, o delegado não revelou quantos são os policiais que atualmente integram o grupo.
Alexandre explicou que o GOE não realiza investigações e que somente presta apoio, a exemplo do cumprimento de mandados expedidos pela Justiça. Ele ressalta que cada um dos membros do grupo tem perfis diferenciados e que são treinados para a utilização de vários tipos de armas. Os membros do GOE são indicados pelos coordenadores do grupo e convidados a fazer parte do que hoje é considerada a elite da Polícia Civil paulista.
André Luengo disse que os policiais do grupo realizam suas atividades no grupo sem prejudicar suas funções normais e que se dedicam ao GOE sem nenhum benefício a mais. O delegado ainda destacou que o grupo enaltece a instituição da Polícia Civil.
Sobre a questão do tráfico de drogas na região, Alexandre Luengo esclareceu que não é uma realidade exclusiva “nossa” e que a prática está presente nos mais longínquos rincões do País.
Ele disse que a atuação do GOE no combate ao tráfico de drogas ocorre quando o titular da DISE obtém sucesso na representação e concessão de mandados de busca emitidos pela Justiça.
Nos últimos meses, a Polícia Civil, auxiliada pelo GOE vem realizando operações para o cumprimento de mandados, que em muitos casos são solicitados a Justiça após investigação.
Os delegados são categóricos e concordam ao afirmar que a atuação do grupo só ocorre quando policiais civis realizam seu trabalho, no que denominam de “trabalho de formiguinha”, já que são eles que fazem o serviço de inteligência, levantando informações e até mesmo reunindo provas em investigações.
Entre outras atribuições do GOE, estão à escolta e a remoção de presos de alta periculosidade detidos em carceragens da Polícia Civil, a guarda de instalações públicas e privadas de interesse da polícia, o gerenciamento de crises: motins de presos, resgate de reféns, controle de distúrbios civis e até mesmo incursões em áreas de risco, em apoio a outras unidades da PC ou no desempenho de atividades de policiamento preventivo especializado.