Alvo de inúmeras reclamações por parte dos pescadores e turistas que usam diariamente para embarque e desembarque de barcos, a rampa, improvisada no antigo porto da balsa, tem sido constantemente vilã das reclamações na colônia de pescadores, pelas péssimas condições de uso.

Para Orisvaldo Barreto, diretor superintendente da Colônia Z-15 “José More”, entidade representante dos pescadores profissionais na região, as reivindicações, no que diz respeito à rampa, aumentam na medida em que tornam frequentes os episódios de pessoas que, ao tentarem descer suas embarcações têm danificado seus veículos, diz Barreto. Situação, confirmada pelos pescadores Dorival Detregio, residente em Dracena e José Paulo Ferreira Oliveira, de Panorama. “Uso há bastante tempo a rampa, se você errar o local para desembarque, pode acontecer de enroscar o carro, como de fato, ocorreu comigo quando quebrou o rabicho”, comenta Detregio. Já, no caso do pescador José Paulo, optou pelo espaço por não ter encontrado outro.

Barreto afirma ter encaminhado ofícios à Prefeitura de Panorama solicitando providências, respostas nas quais, o Executivo reafirma “tentar sem sucesso” tomar providências. “Está ficando quase impossível desembarcar um barco em Panorama, se pudesse ter uma agilidade nessa legalização da rampa, tenho certeza que iria favorecer muitos pescadores que deixarão de ter esta dificuldade”, desabafou Barreto.

Na versão dada pelo diretor administrativo da Prefeitura, Lincoln Fernando Bocchi, ele esclarece que o Executivo não pode reformar a rampa porque a área pertence à Cesp. “Precisaria de autorização do DEPRN – Departamento Estadual de Proteção dos Recursos Naturais, e do Ibama”, afirmou Bocchi.

Via e-mail, a Companhia Energética do Estado de São Paulo (Cesp), disse “não haver registros dessa rampa no patrimônio da Companhia”, segundo o Departamento de Comunicação da empresa.

Por telefone, o engenheiro agrônomo responsável pelo DEPRN, Edison Silveira Campos Neto, em Dracena, afirmou não ter nenhuma restrição fixada por parte do Departamento sobre os reparos desta suposta rampa, pela inexistência de qualquer processo protocolado.

Do escritório regional do Ibama, em Presidente Epitácio, por telefone, José Eduardo Albernaz, comentou que cabe a Prefeitura pedir concessão de uso para a Cesp, e daí encaminhar projeto para avaliação do DEPRN, afirmou Albernaz, chefe do escritório. Enquanto não se obtém uma resposta sobre uma possível melhoria do local, os usuários continuarão a enfrentando as condições atuais, que não são nada boas.