A área de pastagem na região vem reduzindo nos últimos anos, acentuada pelo avanço do plantio da cana-de-açúcar. Mesmo assim, de acordo com a Coordenadoria de Assistência Técnica e Integral (Cati) de Dracena, nos últimos dois anos, não houve queda na produção de leite e carne nos 12 municípios vinculados ao órgão da Secretaria de Agricultura.
“Nesses últimos 12 anos, ocorreu uma diminuição na área de pastagem de 34,3% e foi registrado a queda de 21,2% na produção de carne e 18,3%, de leite. Esta queda foi gradativa, mas nos últimos dois anos, não houve diminuição na produção de carne e leite na região”, informa o diretor técnico da Cati, Luis Alberto Pelozo.
Pelozo explica que embora os dados indiquem queda na área de produção, a produtividade aumentou (produção por área) pelo uso de tecnologias adequadas, principalmente no manejo do solo e das pastagens.
“A entrada da cana na região nos últimos anos, acarretou em queda na área de pastagem e muitos proprietários de grandes extensões de terra, arrendaram áreas maiores, mas mantiveram áreas menores de pastagens para facilitar a gestão e isso resultou no aumento da produtividade, tanto do gado de corte, quanto de leite”, explica o diretor.
Ele ressalta que há programas de incentivo à pecuária leiteira, como o Balde Cheio, da Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuária (Embrapa) e o Cati Leite, da Secretaria Estadual de Agricultura, que orienta e oferece assistência técnica ao produtor no manejo adequado da pastagem com tecnologia.
“O rebanho diminui bastante, mais de 20%, mas a produção do leite melhorou por causa da tecnologia principalmente na agricultura familiar e a Cati tem essa tecnologia de pastagem”, informa o diretor, ressaltando ainda a existência de programas de linhas de crédito ao pequeno produtor rural, com o Fundo de Expansão da Agropecuária e da Pesca (Feap), do Governo Estadual e o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), do Federal, que dispõem de linhas de crédito e que possibilitam a aquisição de equipamentos como ordenhas mecânicas e resfriadores de leite.
INDICADORES – Levantamento da Cati indica que no ano safra 2003-2004, a área de pastagem na região era de 341.850 hectares, com a produção de 1.502.000 arrobas de carne e 42.225.000 litros de leite; já em 2013-2014, a área de pastagem era de 230.690 hectares, com produção de 1.179.653 arrobas de carne e produção de 34.158.000 litros de leite e na safra 2015-15, a área de pastagem reduziu para 22.423 hectares, mas com a produção com a produtividade aumentando, prevista em 1.183.435 arrobas de carne e 34.475.000 litros de leite.
NO ESTADO – Segundo o Instituto de Economia Agrícola (IEA), órgão da Secretaria da Agricultura, o estado de São Paulo tem apresentado quedas constantes em hectares de pastagens nos últimos dez anos. Entre 2005 e 2014, houve a perda em pasto natural e pasto cultivado de 3.312 mil hectares. “A redução na área de pastagem é frequentemente associada à demanda de terra por outras atividades de maior rendimento por hectare; no período analisado, as culturas da cana-de-açúcar e do eucalipto foram as que demandaram maior espaço”, afirma Carlos Bueno, pesquisador do IEA.