A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo acaba de concluir levantamento que aponta que um em cada dez presidentes de grêmios das unidades da rede tem até dez anos de idade. O estímulo ao protagonismo entre as crianças já é realidade nas escolas de tempo integral de anos iniciais do Ensino Fundamental. Nesse modelo, implantado em 2015, mais de 4 mil alunos, a partir de seis anos, têm aulas semanais de assembleia e a chance de opinar sobre o dia a dia do ambiente escolar em conjunto com professores e diretores.
A pesquisa inédita da Pasta feita no primeiro semestre deste ano com 4.254 escolas mostra que 80% dessas unidades contam com agremiações ativas. Entre 3.372 escolas estaduais que responderam positivamente ao questionário da Secretaria, 10% delas têm pequenos líderes, que são responsáveis por importantes decisões e envolvimento dentro das unidades escolares.
O resultado final da pesquisa, tabulada e analisada pelo grupo da Secretaria responsável pelo acompanhamento dos grêmios estudantis, possibilitará à Educação e também aos gestores ampliar a formação das agremiações e também possibilitar a criação de novos projetos que envolvam líderes sejam matriculados em séries do Ensino Médio quanto do Ensino Fundamental (ciclo I e ciclo II).
Algumas iniciativas de sucesso dos grêmios já estão no Portal da Educação, e reúnem imagens, vídeos e exemplos de boas práticas realizadas em diferentes municípios paulistas. É o caso da Diretoria de Ensino de São Carlos, onde há 35 grupos ativos. Cinco desses mantêm na presidência crianças de até 10 anos. Entre as ações em curso a partir da experiência na região é o projeto “Aluno Tutor”, em que estudantes acompanham e acolhem colegas nas mudanças de nível de ensino.
“Um dos principais propósitos da criação dos grêmios estudantis é dar, desde cedo, voz aos nossos estudantes e oportunidade para que eles desenvolvam o senso crítico para opinar, por exemplo, no cardápio da merenda escolar ou na organização das salas. Nossos alunos aprendem, a participar das decisões escolares e um dos caminhos mais construtivos são os ‘greminhos'”, explica o secretário da Educação, professor Herman Voorwald.
COMO CRIAR UM GRÊMIO ESTUDANTIL – A construção de um grêmio estudantil é feita em poucos passos. O primeiro é comunicar à direção a proposta. Depois organizar uma comissão para esclarecer aos outros estudantes quais as funções do colegiado, formar um estatuto e convocar uma assembleia geral. A segunda etapa diz respeito à escolha dos representantes. Nessa etapa a comissão eleitoral é quem responde pela organização, apuração dos votos e a posse da chapa eleita.
Há escolas na zona norte da capital paulista, por exemplo, que fizeram parceria com o cartório eleitoral, que disponibilizou as urnas eletrônicas para a votação. Para garantir a renovação dos líderes e chapas, a cada ano novas eleições são convocadas pelos estudantes. O objetivo é que a alternância promova uma maior interação entre a escola, família e comunidade.

 

ASSESSORIA DE IMPRENSA / Secretaria da Educação do Estado de São Paulo