O professor de Física, Sérgio Roberto Mantovani participou da primeira Escola de Síncrotron para Professores do Ensino Médio (ESPEM) no Laboratório Nacional de Luz Síncroton (LNLS), em Campinas, entre os dias 14 e 18 de janeiro.  A iniciativa inédita é fruto de uma parceria entre a SBF (Sociedade Brasileira de Física) e o LNLS.

Ele integrou a turma de 20 docentes que tiveram projetos selecionados – no total foram 400 projetos inscritos – e passaram uma semana no laboratório, assistindo a aulas sobre a física dos aceleradores de partículas e palestras sobre vários temas da pesquisa. Mantovani foi o único paulista selecionado, entre os professores de 16 estados e do Distrito Federal.

“Estou muito feliz por estar entre os aprovados no País, por ser o único no Estado todo. Foi uma overdose de conhecimento que ainda estou digerindo. São informações que vamos divulgar para os outros professores de física da região, somos professores embaixadores nesta primeira iniciativa. O Brasil está muito avançado nas pesquisas sobre nanotecnologia”, contou.

De volta a Dracena, durante este ano letivo, o professor irá desenvolver o projeto selecionado com os alunos da 2ª série do Ensino Médio do Colégio Objetivo. “Faremos maquete e com o software já desenvolvido será possível visualizar pelo celular o circuito das partículas”, relatou.

Ainda durante a participação no evento, os professores puderam discutir com pesquisadores sobre como transmitir conceitos de física aos alunos do Ensino Médio.  Eles também puderam visitar os laboratórios do Centro Nacional de Pesquisas em Energia e Materiais (CNPEM), responsável pela gestão do LNLS e de outros laboratórios, com destaque para o recém-inaugurado Sirius, uma das principais fontes de luz síncrotron do mundo e o maior empreendimento científico do País.

CIÊNCIA E TECNOLOGIA

A solução para os desafios enfrentados pelo Brasil e pelo mundo em áreas como energia, saúde e meio ambiente, exige o conhecimento de como as coisas funcionam na escala dos átomos e moléculas. É isso que permite o desenvolvimento de materiais mais leves e resistentes, melhores fármacos, fertilizantes mais eficientes, alimentos mais nutritivos, fontes de energia renováveis, ou processos industriais menos poluentes.

PROJETO SIRIUS

Sirius, a nova fonte de luz síncrotron brasileira, é a maior e mais complexa infraestrutura de pesquisa já construída no País. Essa máquina funciona como um grande microscópio que – ao revelar a estrutura molecular, atômica e eletrônica dos mais diversos materiais – permite pesquisas em praticamente qualquer área do conhecimento, com potencial de resolver grandes problemas da atualidade. (Fonte: https://www.lnls.cnpem.br/sirius/).

O professor Sérgio segura a bandeira do estado de São Paulo com os outros professores (Cedida/Acervo Pessoal)

O QUE É LUZ SÍNCROTRON?

A luz que vemos – produzida pelo sol, por lâmpadas ou chamas, refletida pelos objetos, captada pelos nossos olhos e finalmente utilizada por nossos cérebros para dar forma e cor ao mundo – corresponde apenas a uma pequeníssima fração das chamadas ondas eletromagnéticas. No entanto, existem outras tantas ondas eletromagnéticas, outros tantos tipos de luz, que não podemos ver, mas são produzidas nos mais diversos fenômenos naturais e artificiais. O estudo dessas ondas invisíveis leva não só à compreensão dos fenômenos em que são produzidas, mas também permitem o desenvolvimento de tecnologias que as utilizem como, por exemplo, para transmitir e receber informações.

Elas são as ondas de rádio utilizadas por redes Wi-Fi, as micro-ondas de fornos e das redes de celulares, a luz infravermelha de controles remotos, a radiação ultravioleta utilizada no bronzeamento artificial, os raios x das radiografias e tomografias e os raios gama utilizados em terapias contra o câncer e na esterilização de alimentos. Essas ondas eletromagnéticas são produzidas quando partículas eletricamente carregadas são aceleradas ou desaceleradas. Equipamentos como rádios, televisões e celulares utilizam essas propriedades para transmitir e receber informações. Circuitos presentes nesses dispositivos produzem a oscilação de elétrons pelo material condutor de uma antena. Essa oscilação produz as ondas de rádio que são transmitidas pelo equipamento. Já no receptor, essas mesmas ondas eletromagnéticas oscilarão os elétrons na antena do dispositivo, reproduzindo nos circuitos internos o sinal emitido mais cedo. (Fonte: Laboratório Nacional de Luz Síncroton).

Visitas aos laboratórios do CNPEM (Cedida/Acervo pessoal)

 

Veja o perfil profissional de Sérgio Mantovani

O professor acompanhou a montagem dos equipamentos do Sirius (Cedida/Arquivo Pessoal)

Lecionando há 29 anos em Dracena e região, fez muitos cursos de atualização e estimula a participação dos alunos nas Olimpíadas de Física e Astronomia, orientando-os. É mestre em Ensino de Física na Unesp – Presidente Prudente. Possui graduação em Ciências pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras Ministro Tarso Dutra (1988) e graduação em Física pela Faculdade de Ciências Letras e Educação de Presidente Prudente (1990). Pós-Graduação Lato Sensu em Ensino de Física pela Faculdade de Ciências e Tecnologia de Presidente Prudente – Unesp. Atualmente é professor titular da Escola Estadual Eng. Isac Pereira Garcez, professor de física – Colégio Objetivo de Dracena e Junqueirópolis e do Ensino Qualis – Poliedro de Adamantina e professor titular das Faculdades de Dracena (Unifadra).